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CORINGA, um filme perturbador e maravilhosamente reflexivo!!

Coringa

Neste final de semana, assisti ao filme Coringa, que está nos cinemas. Sabe quando escutamos uma história entre duas pessoas e ela sempre tem duas versões? Pois é assim que me senti. Estava vendo nas telonas a versão da história contada pelo próprio Coringa, com sua imaginação e com dúvidas do que foi real e do que é apenas imaginário. Temos a versão do Batman e agora temos versão do Coringa também. Não estou aqui dizendo que é a versão certa ou errada, porque não são personagens reais. Mas vamos usar a nossa imaginação? Bem pode-se dizer que a sinopse oficial do filme é essa:

“Um solitário no meio da multidão, Arthur Fleck (interpretado magistralmente pelo ator Joaquin Phoenix) busca conexão com esse mundo. No entanto, enquanto caminha pelas ruas de Gotham City e percorre os trilhos grafitados de transporte público de uma cidade hostil repleta de divisão e insatisfação, Arthur usa duas máscaras. Uma delas, ele pinta para seu trabalho diário como palhaço e seu sonho de atuar em um Stand up comedy. A outra ele nunca pode remover; é o disfarce que ele projeta em uma tentativa fútil de sentir que faz parte do mundo ao seu redor, e não o homem incompreendido que a vida está repetidamente derrotando. Sem pai, Arthur tem uma mãe com saúde frágil, sem dúvida sua melhor amiga, que o apelidou de Feliz, um apelido que promove em Arthur um sorriso que esconde a dor no coração. Mas, quando intimidado por adolescentes nas ruas, insultado por homens de terno no metrô, ou simplesmente provocado por seus colegas palhaços no trabalho, esse extravio social só fica ainda mais fora de sincronia com todos ao seu redor.”

Mas é um filme de drama psicológico, Arthur, já foi internado por problemas psiquiátricos, faz uso de medicação controlada, numa das cenas que me chamou atenção em que ele está sendo atendido por uma pessoa que parece ser uma psicóloga ele fala:

_ É impressão minha ou o mundo está ficando cada vez mais louco?

“_ Você nunca ouve o que eu estou dizendo, sempre pergunta “como foi no trabalho ” “como vai em casa ” Se eu estou tendo pensamentos negativos …. Eu só tenho pensamentos negativos.”

Isso leva a pensar que é por isso que a maioria gosta do filme, porque nos identificamos com a dor. De uma certa maneira, todos nós passamos por momentos difíceis, mas também temos a escolha de reagir de uma forma onde superamos com trabalho, esforço e tratamentos adequados ou então nos entregamos ao mundo com reações descontroladas e agressivas, o que nos levará a consequências ainda piores.

É um filme difícil de assistir pela tensão que causa, e ao mesmo tempo prende a atenção do espectador do início ao fim. A carga dramática é muito bem construída, realmente foi um belo estudo de personagem. A atuação do Phoenix é ímpar, brilhante… pra mim, a melhor da carreira dele até agora. As expressões, a forma como ele se locomove vai mudando de acordo com seu estado psicológico e vai se intensificando, as risadas passando diversas emoções muito bem encaixadas na narrativa (Existem diferentes risadas no filme. Existe a patologia de risada de Arthur -também conhecida como afeto pseudobulbar – e existe a sua risada falsa quando ele tenta ser mais um do povo, mas no final, quando ele está na sala no Arkham State Hispital, aquela é sua única risada de verdade no filme) … e a trilha sonora é outra coisa espetacular, pois ela conversa muito com a interpretação do Phoenix, é como se o som ao fundo atuasse junto com o ator… extremamente acertado em cada cena. O roteiro é muito bem escrito, cada diálogo pensado de forma narrativamente sensacional, simples e complexos ao mesmo tempo, tudo bem executado na hora certa. As cenas de violência foram pontuais. E na pior delas, o roteiro leva as pessoas a darem risadas para desfocar da situação.

Na minha opinião? Profundamente interessante!!

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